segunda-feira, 12 de agosto de 2019

Mordidas de cães: o que fazer?



Mordidas de cães podem ser perigosas. Descubra o que fazer nestas emergências.


Apesar de domesticados há milênios, sempre fiéis aos seus companheiros humanos, os cães nunca perdem o instinto. Aliás, esta foi uma das características que atraiu a atenção dos homens, para auxiliar nas caçadas.
Os cães são animais valentes, raramente perdendo uma presa. Esta “agressividade”, no entanto, pode se voltar para a família ou para pessoas estranhas. As cadelas prenhas (mesmo que seja uma gravidez psicológica) costumam mostrar-se mais ariscas e bravas, em função do instinto de proteção.
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Muitos animais atacam para se defender, pela constatação real ou fictícia de ameaças ou por puro medo. Alguns cães desenvolvem transtornos mentais e o resultado são as mordidas mais ou menos frequentes. A boca dos cães e de outros animais domésticos (assim como a nossa) está repleta de micro-organismos (especialmente bactérias e fungos) que podem causar uma série de doenças nos humanos. Por isto, é necessário agir rapidamente.
Socorros básicos
Mordidas de cães raramente são letais em função do trauma, com exceção dos animais molossoides, como os das raças mastim (inglês e napolitano), cane corso, bullmastiff, dogue alemão, fila brasileiro e outras. Tudo depende do temperamento do animal.
Os ataques de cães de porte médio e grande requerem atenção médica. O ideal é levar a vítima rapidamente para o pronto-socorro, depois de higienizar o ferimento com água, sabão e água oxigenada (dez volumes) e protegê-lo com um pano limpo.
Depois dos primeiros procedimentos clínicos, como a limpeza e eventual sutura dos cortes provocados por mordidas de cães, pode ser necessário recorrer a antibióticos e vacinas contra tétano e hidrofobia (a raiva canina), especialmente quando o animal atacante for de procedência desconhecida. No caso de cães caseiros, é preciso portar a carteira de vacinação no momento da consulta médica.
Uma curiosidade: nas crianças, as mordidas de cães mais comuns ocorrem nas orelhas, dedos, mãos e braços; nos adultos, os ataques são dirigidos geralmente para os pés e pernas.

Os riscos de infecções

As bactérias mais comuns transmitidas a seres humanos por mordidas de cães são as seguintes:
• capnocytophaga canimorsus – gengivites e otites;
• eikenella – infecções na cabeça e pescoço (inclusive doenças bucais, como a periodontite);
• enterobacter – diarreias e infecções urinárias;
• estafilococos – otites, infecções cutâneas, renais e endocardite;
• estreptococos – faringites, infecções cardíacas, de feridas e da pele, pneumonia;
• haemophilus – gripes e meningite bacteriana (em crianças);
• klebsiella – pneumonia, infecções urinárias e neonatais;
• moraxella – infecções nas vias respiratórias altas, otites e conjuntivite;
• neisseria – meningite bacteriana, que pode evoluir para septicemia meningocócica;
• proteus – facilitam a formação de cálculos renais.
No caso de mordidas de cães, não se deve esperar a manifestação dos sintomas das doenças oportunistas. O tratamento precisa ser início imediato, para evitar complicações e transtornos maiores.

A raiva canina

Hidrofobia ou raiva é uma doença é uma doença infecciosa que ataca os mamíferos, de prevenção simples através da vacinação, mas esta providência é negligenciada por muitos proprietários irresponsáveis grande número de cães e gatos. Os cachorros são os principais hospedeiros urbanos dos vírus do gênero Rhabdovirus.
Os vírus se instalam inicialmente nos nervos periféricos, espalhando-se em seguida por todo o sistema nervoso e pelas glândulas salivares. A doença, letal para os animais domésticos, pode ser transmitida não apenas por mordidas de cães, mas também por lambidas em feridas abertas ou nas mucosas.
Nos seres humanos, os primeiros sintomas a se manifestar são as alucinações visuais, seguidas por dores de cabeça intensas, febre e sudorese, sinais muito semelhantes ao de uma gripe. O infectado pode sofrer espasmos musculares e desenvolver medo doentio da água. Em um caso como este, deve-se limpar a ferida e chamar a ambulância imediatamente.
Os cães também padecem com a leishmaniose, provocada por flagelos do gênero Leishmania, mas a enfermidade não é transmitida por mordidas, apenas por picadas de insetos flebotomíneos, como o mosquito-palha.
Outras situações de urgência e emergência surgem com as mordidas de cães: amputações, hemorragias, lesões de pele e inflamações com edemas (inchaços). Um sinal de rompimento de um vaso sanguíneo é a formação de hematomas ou manchas enegrecidas na região afetada.
Inflamação, formação de eczemas (com coceira e vermelhidão cutânea) e irritação na pele e secreção de um líquido esbranquiçado são os primeiros sinais de que uma infecção está em curso. Qualquer destes sinais indica a necessidade de procurar socorro médico em até seis horas depois do ataque.

O tratamento para mordidas de cachorros

Na maioria dos casos, as mordidas de cães são tratadas com o uso de soluções antissépticas e desinfetantes, para eliminar a maior parte dos micro-organismos que possam ter sido transmitidos. O tratamento imediato controla a maioria das infecções.
No caso de laceração da pele e do tecido conjuntivo, a equipe de saúde precisará higienizar a área lesionada e suturar os ferimentos (em casos muito graves, poderá ser necessária a aplicação de enxertos, para devolver a funcionalidade e o bom aspecto).
Caso haja sangramento, é necessário pressionar a região durante o trajeto para o hospital. Durante a convalescença, o vitimado pela mordida do cão deve renovar diariamente os curativos, geralmente feitos com gaze, iodo e medicamentos tópicos antibióticos (géis e cremes).

Remédios naturais

Feridas sem maior gravidade podem ser tratadas com produtos naturais. Quem tem um cão em casa não pode deixar de manter mel e açafrão na despensa: o mel tem propriedades calmantes e o açafrão é antisséptico. A mistura deve ser feita em partes iguais, aplicada sobre os ferimentos e coberta com um tecido limpo.
Comer alho também ajuda no processo de cicatrização. A assafétida, um medicamento homeopático, pode ser polvilhado na região para reduzir o inchaço e a irritação da pele. Durante a convalescença, recomenda-se ingerir frutas ricas em vitamina C.

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